Alfa do diretor Albert Hughes (O Livro de Eli) traz aos cinemas uma historia sobre um menino que esta aprendendo a ser um homem e um líder e descobre sua força e sua coragem através de uma amizade com um lobo.
O filme tinha tudo para ser mais uma releitura do Mogli, mas aqui o roteiro assinado pelo diretor e pelo seu irmão Allen Hughes, decidem contar uma historia diferente, o filme foca na amizade, no poder da perseverança e coragem (achou clichê?) mas se eu falar que o filme se envereda pela historia de como os cães foram domesticados? A historia que nunca foi contada no cinema antes, tem caminhos que podem parecer um pouco convenientes a historia, mas belíssimos demais para serem descarados.
O trabalho da fotografia é impecável, as imagens brilhantes e nítidas, mesmo a noite, o trabalho das sombras em contrates com a luz do lua deixam tudo mais belo. A historia se passa a 20 mil anos atrás, então ver rios, selvas e animais mesmo que selvagens e aterrorizantes se torna um deleite e um contato superficial com a natureza, alias, são poucos os lugares no mundo que podemos ter hoje em dia um contato real com a natureza que ainda resiste no mundo. Esse é outro ponto do filme, o trabalho de CGI esta tão bonito que fica complicado definir o que é Tela Verde e o que é locação.
O roteiro que é simples, não se esforça para ser algo além do que é apresentado, talvez seja preguiça do roteiro, mas ao meu ver fez ate sentido, a 20 mil anos atras as desventuras que você poderia enfrentar são limitadas, pois o que além de animais selvagens e a força da natureza querendo e matar você poderia enfrentar? Com o roteiro sendo simples fica super fácil não ter furos, e o que acontece aqui.
A atuação de Kodi Smit-McPhee como Keda (X-Men: Apocalipse), filho o líder da tribo é limitada, mas porque o roteiro quis passar uma coisa que para os mais desatentos pode passar batido, a milhares de anos atrás não se poderia ter muitas figuras de linguagens, para isso o personagem usa palavras mais diretas para dizer o que ele quer, como:
“Vai embora…” “Eu vou pra casa…”
Isso é legal pois mostra o cuidado dos roteiristas em mostrar essa limitação. A relação dele com o lobo Alfa é são extremamentes bonitas e cativantes o que podem fazer os mais emocionados… bom você sabe.
Seu pai conhecido como Tau e líder da tribo, interpretado pelo ator (Jóhannes Haukur Jóhannesson) é secundário, mas não deixa de ser bela a sua passagem no filme. A direção do filme se mescla com uma boa edição de imagens, de passagem de tempo e esplendorosos momentos que só a natureza podem nos dar e porque não a magia do cinema?