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Crítica | The Handmaid’s Tale – Segunda Temporada

Edson Melo
Edson Melo
Estudante, viciado em séries e caçador de memórias. "Não fui o que os outros foram. Não vi o que os outros viram. Mas por isso, o...
7 Min Ler
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Ganhadora de 8 Emmys em 2017, incluindo Melhor Série Dramática, The Handmaid’s Tale mostra a complexidade de suas personagens femininas em contraponto com toda a brutalidade de uma ditadura teocrática, que é ainda mais evidente nesse segundo ano.

Desde o início da nova temporada encaramos cenas de caos e medo, um sentimento que carregaremos por toda a série. June (Elizabeth Moss) que terminou o primeiro ano sendo carregada pelos “Olhos” (uma espécie de soldados daquele governo) é levada junto com todas as aias até um lugar de punição, dado o seu ato de confrontamento contra Gilead. Mas com sua gravidez, sua saúde física supostamente deve ser mantida intocável, infelizmente não podemos dizer a mesma coisa da sua saúde mental.

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O segundo ano começa com episódios acelerados, onde nossa protagonista tenta fugir daquele lugar. E entre idas e vindas, sua tentativa se falha, e como aia é colocada de volta na casa dos Waterford, o que rende uma sensação de angústia e retrocesso, além de um medo de não ver a história evoluir.

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June é caçada, ameaçada e forçada a viver com uma família abusiva e com um homem que a estuprava. O segundo ano coloca ainda mais brutalidade em seu enredo, mostrando torturas e violência, que com certeza renderá momentos mais agonizantes que o primeiro ano.

A impiedade de Gilead é cada vez mais evidenciada, jogada na cara do telespectador, que causa um nó na garganta e uma sensação de nunca ter fim; o que frustra em certo momento quem assiste a série, mas não tira a qualidade de roteiro da produção, que consegue evoluir e avançar.

O Mayday, o grupo secreto de resistência, tem seu primeiro grande ato de revolta mostrado nessa temporada, que rende uma cena chocante para todos os telespectadores, que não só mostra a força dos rebeldes escondidos quanto animam pelo o que pode vir a seguir, dado que esse ato dá uma conotação muito mais vulnerável para Gilead.

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E apesar que de imediato não aconteça nenhuma outra grande reviravolta na série, estagnação definitivamente não é uma palavra para se referir ao produto final desse segundo ano, que investe primorosamente no desenvolvimento dos personagens coadjuvantes, com destaque a Serena Joy (interpretada por Yvonne Strahovski) e Emily (Alexis Bledel), que ganham mais camadas e um destaque próprio em meio aos 13 episódios dessa temporada.

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Serena é de grande importância para a compreensão do outro lado de mulheres que fazem parte de Gilead. A personagem se mostra mais complexa, e tão frágil nesse regime patriarcal quanto as aias ou as marthas. A posição de esposa de um comandante impõe a ela o lado querer ser uma pilastra nesse lar, junto com o sentimento que é querer ser mãe, no qual Serena tentará se agarrar. Vemos o passado da personagem, seus ideais antigos que ajudariam a sustentar supostamente o papel da mulher apoiadora de Gilead.

Serena em certo ponto é mais uma vítima, contudo isso não é desculpa para as atitudes sádicas que já tomou. A personagem transita entre vilania e impotência, rendendo nos capítulos finais divergências de atitudes e diferentes faces consigo mesma e com os outros. Ela consegue machucar as mulheres tanto quanto um homem dentro desse regime, até o dado momento em que ela tem que perceber que é tão fraca e vulnerável quanto as outras. Suas maldades não são perdoáveis, porém poderão servir de questionamento para a própria personagem em si no próximo ano.

Emily sempre foi uma coadjuvante com seu próprio plano de fundo, um bem delineado, e o segundo ano só irá acrescentar na personagem que extravasa toda sua fúria no último episódio, e encarna os sentimentos de todo um público que acompanha a série. Ela que serviu de aia, já foi para as colônias e torna-se obrigada de novo a desempenhar o papel, mostrando uma frustração de quem não aguenta mais esperar, e decide enfrentar, mesmo que de forma pequena, mesmo sabendo que o seu fim poderia ser trágico.

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E em meio a tudo isso, The Handmaid’s Tale ainda consegue introduzir novos personagens, e desenvolve-los de forma impressionante. Somos apresentados a mãe de June, percebemos através de vários flashbacks a relação conturbada entre ela e a filha, cuja a mãe queria que ela não se conformasse com uma vida mediana em contraponto com a realidade distópica que serve de plano principal para a série. Nick é obrigado a se casar com uma jovem, que foi doutrinada desde cedo para ser uma esposa segunda os preceitos de Gilead, mas que se vê perdida entre responsabilidade e amor, quando encontra o sentimento em um terceiro rapaz.  Entre essas e outras personagens que compõem The Handmaid’s Tale, podemos ver entre os seus preceitos e destinos a brutalidade de Gilead.

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Elisabeth Moss consegue manter toda claustrofobia que circunda June, principalmente com a gravidez da personagem e toda atmosfera de abuso psicológico (e em certo momento, cruelmente física e sexual também) que gira em torno dela. E apesar disso tudo, a personagem ainda consegue dialogar com a criança e ter esperança do que pode vir a seguir. Assumindo no episódio final toda garra que sua personagem tem, e através de um olhar demonstrar o quão promissor o caminho do terceiro ano, já confirmado, é.

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E em seu final de temporada, The Handmaid’s Tale consegue expandir a rede de rebeldes contra Gilead. Além de mostrar que um caos misterioso está acontecendo nas ruas do país, a teia de aliados que se forma para ajudar June demonstra a força da união da resistência que permanece viva debaixo dos narizes do alto escalão do regime. Podendo render para a terceira temporada uma nova fase para a série de TV, que poderá, ou não, focar na revolta desses insurgentes.

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https://www.youtube.com/watch?v=dKoIPuifJvE

 

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