Desde que estreou na Netflix o documentário Making a Murderer em dezembro do ano passado, tem atraído, frustrado e indignado os telespectadores na mesma medida.
A história do americano Steven Avery, de 53 anos, libertado da prisão depois de 18 anos por um crime que não cometeu, e que em seguida foi condenado por um assassinato anos mais tarde, fez surgir uma infinidade de teorias tentando explicar o que provavelmente teria acontecido.
Avery foi acusado pelo assassinato da fotógrafa e jornalista Teresa Halbach, em 2005, e condenado à prisão perpétua sem liberdade condicional.
O sobrinho de Steven, Brendan Dassey — na época com apenas 17 anos — foi condenado como cúmplice de homicídio doloso qualificado um ano depois e também recebeu a pena de prisão perpétua.
O documentário da Netflix levantou uma série de questões sobre as provas e circunstâncias que, às vezes, parecem muito confusas.
O usuário JayPact, do fórum Reddit, compartilhou uma teoria na seção de comentários do YouTube que pode ser a mais convincente vista até hoje… (vale a pena ler até o final, mas tenha em mente que são apenas teorias).
O documentário da Netflix levantou uma série de questões sobre as provas e circunstâncias que, às vezes, parecem muito confusas.
“Esta é uma teoria que vi em um comentário do YouTube e tinha que compartilhar…”.
A polícia não matou Teresa Halbach. [O policial] Andrew Colborn localizou aquela RAV4 com a assistência de Mike Halbach [irmão de Teresa] e Ryan Hillegas [ex-namorado do Teresa], que ilegalmente invadiram [o desmanche de carros de propriedade da família] Avery, na noite de 3 de novembro de 2005. Mike Halbach e Ryan Hillegas suspeitaram que havia algo errado porque o desmanche dos Avery foi o último local que Teresa havia estado em 31 de outubro, no Halloween. Eles foram bisbilhotar a propriedade e encontraram o carro [a RAV4].
Eles checaram o carro e encontraram a chave na ignição e sangue no porta-malas. Mike ou Ryan tiraram a chave da ignição para se certificar de que ninguém conseguiria remover facilmente o carro da propriedade dos Avery… Apavorados com essa enorme descoberta, ligaram para o Departamento de Xerifes de Manitowoc [condado de Wisconsin, EUA]. Andrew Colborn respondeu ao chamado naquela noite e foi ao encontro de Ryan e Mike no desmanche para poder ver o carro com os próprios olhos.
Ryan e Mike mostram o carro a ele que, para ter certeza de que era o veículo de [Teresa] Halbach, “liga” para informar o número da placa para checagem. Colborn tem de “ligar”… em vez de passar via “rádio”… o número da placa para despacho em Manitowoc porque ele não estava em sua viatura policial no momento, mas a pé e ‘a campo’ na propriedade dos Avery.
Ryan Hillegas
Esse erro leva Colborn à cena e em contato com a RAV4 de [Teresa] Halbach… dois dias antes de o veículo ser oficialmente localizado, em 5 de novembro de 2005, por Pam Sturm [prima de Teresa]… Isso é problemático para Colborn porque todas as ligações e transmissões de rádio para o despacho são gravadas e registradas no servidor da Polícia de Manitowoc.
Andrew Colborn está agora agindo em desacordo com o protocolo policial, em uma potencial cena do crime, para a qual ele não tem nenhum mandado oficial. Ele diz a Mike e Ryan Hillegas para basicamente STFU [sigla para shut the fuck up, que significa calar a boca] sobre o que encontraram e não dizer a ninguém que estiveram no desmanche dos Avery naquela noite. Ryan ou Mike entregam a chave da RAV4 par Andrew Colborn.
Andrew Colborn
Mike e Ryan recebem a recomendação de ir para a casa. Andrew Colborn em seguida liga imediatamente para o tenente James Lenk e faz um relato sobre a descoberta do carro de [Teresa] Halbach, e a quebra de protocolo cometida na propriedade dos Avery, como também sobre a presença de Ryan Hillegas e Mike Halbach.
O tenente Lenk, percebendo que a ligação telefônica de Colborn para informar sobre a placa de Halbach é um grave erro, com prováveis consequências, manda Colborn retirar a placa do carro de Halbach e entregá-la imediatamente para ele.
Tenente James Lenk
O que James Lenk e Andrew Colborn, como também outros, não percebem neste momento e desconhecem completamente é que Bobby Dassey [irmão de Brendan Dassey] e Scott Tadych [marido de Barb, irmã de Steven Avery] sequestraram, estupraram, atiraram e depois queimaram Teresa Halbach em uma pedreira perto da estrada Jambo, na noite de Halloween.
Decidiram queimar o corpo dela para eliminar as provas do DNA dos crimes. Esconderam o carro de Halbach nos fundos do desmanche dos Avery e limparam as digitais.
Bobby Dassey
Acredito que foi ideia de Scott Tadych transportar secretamente as cinzas de Halbach da pedreira e colocá-las na vala de incineração dos Avery.
Scott Tadych não consegue recolher todas as cinzas de Halbach no local de incineração original, na pedreira, e portanto deixa algumas que seriam encontradas mais tarde por investigadores do FBI…
Mas também não consegue se certificar de que todas as cinzas de Halbach foram removidas do barril de incineração de Barb Janda [irmã de Steven], depois de despejá-las na vala de Steven Avery.
Scott Tadych
Este é o motivo pelo qual os investigadores encontraram pequenos restos de Halbach no barril de incineração de Barb Janda. Portanto, totalizando três locais onde as cinzas de Halbach foram encontradas. Scott Tadych e Bobby Dassey desconhecem que Ryan Hillegas e Mike Halbach acharam o carro de Teresa na propriedade, e que Lenk e Colborn agora estão envolvidos e atuando no esquema deles.
Devido a uma enorme sorte, duas frentes totalmente independentes com alvo em um homem, Steven Avery, estavam formando uma tempestade perfeita. Em uma frente, Lenk e Colborn em relação à RAV4… e outra frente desconectada de Scott Tadych and Bobby Dassey em relação às cinzas de Teresa Halbach.
Um lado não está ciente do envolvimento do outro em nenhum momento durante os dias que culminaram na descoberta oficial da RAV4 de Halbach no desmanche dos Avery, daí a razão pela qual a investigação e o julgamento do assassinato não faziam nenhum sentido para ninguém, especialmente para o júri.
Ken Kratz
Nenhuma das provas podia ser conectada, porque não estavam relacionadas… todo mundo estava apenas supondo. [Jerome] Buting e [Dean] Strang [advogados de defesa de Avery] tinham identificado uma parte dela [da hipótese], mas não conseguiram criar uma defesa sólida para prová-la.
O júri não podia aceitar que os policiais de Manitowoc poderiam ter conspirado para matar Teresa Halbach com o objetivo de incriminar Steven Avery, como insistia [o promotor] Ken Kratz, se quisesse seguir a teoria da defesa apresentada contra Avery, apresentada pelos policiais de Manitowoc.
Jerry Buting
E Ken Kratz estava certo… Imagine o alívio imediato e confuso de Scott Tadych quando o sangue de Steven Avery foi encontrado no carro de Halbach e a chave da RAV4 achada no banheiro de Avery… ele deve ter pensado… ‘Caraca’! Uma frase de Scott Tadych, depois que Steven Avery foi condenado pelo assassinato de Teresa Halbach: “É A MELHOR COISA QUE JÁ ACONTECEU”… Vamos ver Scott, vamos ver…”.
Dean Strang
JayPact acrescenta:
Esta, provavelmente, é a teoria mais crível com a qual me deparei até hoje. Veja como os eventos aqui não apenas fazem sentido, como também se alinham com o modo pelo qual as muitas partes envolvidas se comportaram durante o documentário, ou seja, como Mike Halbach e Ryan Hillegas pareciam que sabiam mais sobre o que havia acontecido do que estavam revelando.
Bem como a hostilidade bizarra de Scott Tadych e Bobby Dassey contra Steven Avery.“Pessoalmente, não consigo ver outra teoria melhor do que essa.”
E você?