“Operação Overlord” é dirigido por Julius Avery com a produção de J.J. Abrams e tem uma boa combinação de ação e thriller. O filme é uma ideia original de J.J. Abrams e inicialmente escrita por Billy Ray. A história é sobre um esquadrão de paraquedistas que têm como missão derrubar uma torre de rádio nazista, localizada em uma igreja de um pequeno vilarejo francês. O abatimento dessa torre permitirá o avanço do exército Aliado justamente no famoso Dia D. Porém, o esquadrão, liderado pelo Cabo Ford (Wyatt Russel) se depara com o subterrâneo da igreja sendo usado como laboratório realizando experimentos científicos com o propósito de criar super soldados.
O filme se inicia com uma imagem impressionante de aviões e navios aliados indo em direção ao foco da guerra. Em seguida somos deslocados para dentro do avião levando nossos heróis ao seu destino. Aqui é adotada fotografia sem estabilidade e cheia de closes, capturando o nervosismo dos soldados ao enfrentar a morte quase certa, refletindo muito bem os sentimentos do esquadrão, trazendo uma forte imersão para o espectador no ambiente confuso e desesperador que é a Segunda Guerra Mundial. A música, principalmente no começo, mas também ao longo do filme, quando usada, contribui para essa imersão.
Há um uso interessante e positivo de algumas piadas durante o filme, que, por algum tempo, distrai o público da ação e do suspense, apenas para trazer de volta com um susto, balanceando muito bem os momentos de descontração e nós traz de volta à tensão do filme com um gancho.
O protagonista, Boyce (Jovan Adepo), acaba por ser um estereótipo um tanto quanto repetido de personagem soldado inexperiente, com uma forte bússola moral, moral demais para o ambiente da guerra. Chega a parecer que não existe qualquer tipo de treinamento militar anterior. Para acompanhá-lo, o Cabo Ford é o estereótipo oposto, fazendo o que for necessário para cumprir sua missão, mesmo que isso custe se rebaixar aos métodos nazistas.
Apesar de Boyce e Ford, a personagem feminina da trama pode ser um pouco atraente, tendo algo de uma independência dos demais personagens. Apesar disso, seu charme não vai muito longe, visto que se trata de uma cópia muito semelhante da Shoshanna Dreyfus, de Bastardos Inglórios. Seu carisma é salvo por seu irmão, Paul (Gianny Taufer), um adorável garoto que apenas quer jogar basebol, e parece desenvolver grande afeto por Tibbet (John Magaro), e um afeto mais que justificável, pois Tibbet parece ser o personagem dentre os citados com alguma capacidade de se criar empatia.
Para enfrentar nossos protagonistas, não temos nada mais nada menos que um militar de alta patente do exército nazista supervisionando um cientista que acredita ser capaz de criar um exército de mortos vivos a partir do alcatrão encontrado no subsolo da vila. Como todo bom filme com nazistas, Wafner (Pilou Asbæk, ator de Game of Thrones), é o típico militar patente alta do cinema: sádico, cruel e arrogante.
Apesar de seus personagens, o roteiro é raso, mas pelo menos atende ao seu propósito. A história não se perde, nem se desvia de seu rumo, seguindo-o de forma consistente até o fim. Algo interessante que supera expectativas, é que os zumbis apenas passam a ganhar maior foco próximo ao fim do filme, fazendo com que a história anterior a isso seja um reflexo mais fiel da guerra, nos mostrando as dificuldades e pavores do momento.
No quesito ação, a obra sabe como atende-lo, e entrega violência, trocas de tiro e sangue de forma farta, o que, para filmes desse gênero, é justamente o que se espera. As cenas iniciais trazem grandes explosões e uma boa dose de efeitos especiais, bem como no final, quando os zumbis vêm à tona.
No final, o filme entrega aquilo que promete, ação, sustos e zumbis. Um bom filme para te distrair no fim de semana, mas, além dos sustos que o filme traz, não espere se surpreender com algo novo de um filme ambientado na Segunda Guerra Mundial.